Gravidez na adolescência e risco de osteoporose são temas de pesquisa

Conciliar hábitos teen a trocas de fraldas e mamadas faz parte da realidade de 26% das brasileiras entre 15 e 19 anos. Quando a gravidez acontece na adolescência, provoca mudanças que nem sempre tem retorno, tanto no aspecto emocional, social e até físico, transformando a vida das meninas até os ossos, literalmente. A médica Larissa Miglioli estudou em seu mestrado na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp se a gravidez na adolescência pode influenciar na densidade mineral óssea, a ponto de ser um risco futuro de osteoporose.

Conciliar hábitos teen a trocas de fraldas e mamadas faz parte da realidade de 26% das brasileiras entre 15 e 19 anos. Quando a gravidez acontece na adolescência, provoca mudanças que nem sempre tem retorno, tanto no aspecto emocional, social e até físico, transformando a vida das meninas até os ossos, literalmente. A médica Larissa Miglioli estudou em seu mestrado na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp se a gravidez na adolescência pode influenciar na densidade mineral óssea, a ponto de ser um risco futuro de osteoporose.

A pesquisadora avaliou 119 adolescentes com idade entre 12 e 20 anos, 30 delas com antecedente de gravidez. Todas responderam a um questionário sobre seu histórico clínico e realizaram exames que avaliaram desde a relação peso e altura à densidade dos ossos. Ela pôde concluir que entre as meninas que apresentaram variação óssea, apenas 4% dessa variação foi devido à gravidez, o que a impediu de afirmar que ela seja um fator de risco para osteoporose no futuro.

Além de ser a época de hormônios borbulhando, a adolescência é também a idade na qual a mulher atinge seu pico de massa óssea, ou seja, há um ganho ósseo máximo a ser utilizado e “gasto” ao longo da vida. Quanto maior for esse pico de massa óssea, menor é o risco de, após a menopausa, ter comprometimento e maior risco de fraturas (sintomas da osteoporose). Com a gravidez, a ação dos hormônios faz com que parte de seu cálcio seja absorvido para amamentação e, se isso acontece justamente na época do pico de massa óssea, seu valor pode estar comprometido e não atingir a densidade óssea que deveria, aumentando o risco de, no futuro sofrer maior perda óssea.

Adquirir massa óssea durante a adolescência não depende só de uma dieta rica em cálcio. A genética ainda é o principal fator, responsável por 70 a 80% dessa aquisição. A prática de atividades físicas e a própria composição corporal são outros fatores associados à maior possibilidade de “poupança de massa óssea para o futuro”, relata a médica orientadora do estudo, Lúcia Helena Simões Costa Paiva. Segundo dados do Unicef, 13 milhões de adolescentes ficam grávidas por ano no mundo. A osteoporose é a segunda doença de maior incidência mundial e atinge mais as mulheres, na proporção de seis para um, quando comparado aos homens. Números como esses fazem da doença tema de pesquisas que abrem espaço para discussão do tema e são base para trabalhos futuros.

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