Falta de recursos é desafio para a divulgação científica no Museu Goeldi

As atividades de comunicação científica do Museu Paraense Emílio Goeldi estão institucionalizadas há 25 anos, mas sofrem com a falta de recursos financeiros, como afirmou a jornalista Jimena Felipe Beltrão, em palestra realizada durante o Foro Iberoamericano de Comunicação e Divulgação Científica, dia 23, na Unicamp.

As atividades de comunicação científica do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) estão institucionalizadas há 25 anos e contam, atualmente, com diferentes meios de divulgação e ampla produção científica. Ainda assim, sofrem com a falta de recursos financeiros, como afirmou a jornalista Jimena Felipe Beltrão, da assessoria de comunicação do MPEG, em palestra realizada durante o Foro Iberoamericano de Comunicação e Divulgação Científica, dia 23, na Unicamp.

Beltrão apresentou o projeto “Ciência e sociedade: comunicação e educação para a preservação ambiental e cultural na Amazônia oriental brasileira”, uma proposta de consolidação das atividades de comunicação social do MPGE. Além de atuar na formação de recursos humanos para a divulgação de ciência e no desenvolvimento de pesquisas, a Agência Museu Goeldi é responsável, atualmente, pela produção do boletim semanal Museu Em Pauta (que disponibiliza sugestões de matérias para divulgação do museu e de outras instituições parceiras), pelo Clipping do Dia (apanhado diário de notícias relacionadas a ciência, tecnologia e meio ambiente), e pelo jornal Destaque Amazônia (que se propõe não só a divulgar as atividades do MPGE mas, também, de outras instituições).

Entre os objetivos da comunicação científica do MPGE, Beltrão destacou o estímulo ao interesse da sociedade por temas científicos e a promoção dos valores de preservação ambiental e cultural. Na avaliação da jornalista, as metas são atingidas. Beltrão destaca que pelo menos cinco pautas são disponibilizadas semanalmente para os demais veículos de comunicação e que a repercussão é monitorada. “Nós temos como verificar quais as pautas enviadas pela agência têm tido ressonância nos veículos”, explica a jornalista. “Como trabalhamos temáticas relativas à região e questões flagrantemente conflituosas e complicadas, como espécies ameaçadas, desmatamento, perda cultural dos registros de sociedades antigas e perda das línguas tradicionais das populações indígenas, há todo um trabalho de recuperação dessa cultura tradicional e de divulgação. Trabalhando com essa diversidade e fazendo um monitoramento, nós alcançamos os objetivos da divulgação dos valores de preservação ambiental e cultural”, completa.

Destaque Amazônia é a menina dos olhos da agência do MPGE, segundo Beltrão. “É uma forma de nós tentarmos manter viva a produção da notícia de conteúdo científico e a formação dos recursos humanos, e alcançar a sociedade da forma mais abrangente possível”, defende a jornalista, ao afirmar que o jornal, disponível nas versões impressa e eletrônica, é divulgado a todas as escolas particulares e públicas do estado do Pará e a todos os museus brasileiros. No entanto, a procura por maior abrangência na cobertura de assuntos científicos relativos à Amazônia esbarra nas dificuldades de produção. “A região é imensa e a gente não tem recursos direcionados para reportagens. As dificuldades são muito grandes”, explica a jornalista. Ela destaca que o jornal é publicado a cada dois meses, não por falta de material, mas de recursos.

Ao argumentar que, a cada mandato dentro dos museus de história natural, dirigentes privilegiam diferentes áreas da instituição, Beltrão chamou a atenção para a falta de compromisso institucional com a área de comunicação, que passou por um período de pouco apoio no MPGE. Recentemente, recursos originados no Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) possibilitaram a melhorias de infra-estrutura e contribuíram para a formação de recursos humanos e a organização da produção jornalística do museu. No entanto, Beltrão destaca que bolsistas do Programa de Capacitação Institucional do MCT, que desenvolviam pesquisas e eram responsáveis por cerca de metade dos conteúdos de comunicação científica do MPGE, perderam o benefício. “Infelizmente, isso aconteceu por conta de uma avaliação feita na burocracia do ministério, que coordena o Programa de Capacitação Institucional. Eles consideram que a comunicação, o jornalismo, não faz pesquisa. Esse foi o parecer e as bolsas foram cortadas”, afirma a jornalista.

Para argumentar contra a avaliação, Beltrão destacou os produtos das pesquisas na área de comunicação realizadas no MPGE. A produção científica inclui apresentações de trabalhos em eventos, publicação de artigos e capítulos de livros e a organização de um volume com seis dossiês sobre temáticas amazônicas, feito a partir da análise da cobertura da imprensa no período de 2000 a 2005, que será publicado em breve.

Mais informações no site do Museu Paraense Emílio Goeldi: http://www.museu-goeldi.br/

100 anos da descoberta da doença de Chagas: ainda é preciso vigilância?

Há um século, em 1909, Carlos Justiniano Ribeiro Chagas, médico sanitarista brasileiro, nascido em 1879 e falecido em 1934, foi responsável pela descrição completa do ciclo da doença de Chagas, nome dado em sua homenagem. Os eventos comomorativos apresentam os avanços nas pesquisas e as preocupações que a doença ainda gera.

Há um século, em 1909, Carlos Justiniano Ribeiro Chagas, médico sanitarista brasileiro, nascido em 1879 e falecido em 1934, foi responsável pela descrição completa do ciclo da doença de Chagas, nome dado em sua homenagem. O cientista descobriu o patógeno (Trypanosoma cruzi), o vetor no Brasil (Panstrongylus megistus), os hospedeiros, as manifestações clínicas e a epidemiologia. Vários eventos já aconteceram ao longo deste ano, além dos que ainda irão acontecer, para marcar essa celebração, nos quais se apresentam os avanços nas pesquisas e as preocupações que a doença ainda gera.

José Maria Soares Barata, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), é um dos expoentes nesse assunto. Ele começou a trabalhar com vetores da doença de Chagas desde 1975, quando iniciou seu doutorado na instituição onde hoje leciona. Barata conta que Carlos Chagas, durante suas pesquisas na população em Lassance (MG), detectou os sinais do bócio endêmico como indício da doença de Chagas. O bócio é o aumento de volume da glândula tireóide por falta de iodo no alimento e nas águas ingeridas pela população, e é um quadro típico daquela região.

Barata diz que Chagas demorou por volta de dois anos para descobrir o ciclo completo da doença, até que no ano de 1909 o cientista concluiu, ao mesmo tempo, que o agente etiológico era um protozoário (T. cruzi), que o vetor era um inseto (o barbeiro) e que a doença apresentava dois ciclos: um ciclo no barbeiro e outro no homem. Assim, Chagas fez publicações simultâneas, envolvendo a descrição da doença, a parasitologia, o agente etiológico, o vetor transmissor e o quadro clínico.

Esses trabalhos publicados por Chagas, de acordo com Barata, foram muito bem recebidos em congressos internacionais, principalmente na Alemanha, com seriedade e louvor. Era uma doença muito frequente em várias comunidades das regiões brasileiras Sul e Sudeste e, entre 1910 e 1920, causou um impacto muito grande na sociedade. Depois, a doença foi esquecida e, em 1940, volta a ganhar importância. Barata afirma que nessa época, havia verba para pesquisa sem restrições: barcos, alimentação, tripulação, dentre outros. Com a chegada dos militares ao poder, na década de 1960, houve a capitalização da ciência, dificultando a realização de pesquisas.

Conforme esses estudos foram sendo desenvolvidos e os programas de controle da doença de Chagas foram evoluindo, tornou-se mais difícil encontrar o barbeiro adulto. Muitas vezes, só era possível encontrar ovos ou exúvias dos insetos (uma camada de sua epiderme). Em 1975, o médico, epidemiologista e entomologista da USP, Oswaldo Paulo Forattini, em colaboração com a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) do estado de São Paulo, cria condições para o estabelecimento uma base para vigilância entomológica da doença de Chagas, ou seja, para o controle do inseto transmissor, o barbeiro.

De acordo com Barata, São Paulo foi o primeiro estado a iniciar o controle de barbeiros, com o Serviço de Erradicação de Malária e Profilaxia da Doença de Chagas, a partir de 1960, e acaba se caracterizando como modelo para o resto do país. A partir de 1975, o então ministro da Saúde, Paulo de Almeida Machado, implanta o sistema de controle no Brasil inteiro. Nas décadas de 1980 e 1990, países do Cone Sul entraram nesse processo, tendo o programa brasileiro como modelo para eliminação do vetor.

Com o controle do Triatoma infestans, espécie de barbeiro exclusivamente domiciliada, algumas espécies consideradas silvestres passaram a invadir áreas domiciliadas por volta dos anos 1990, como o Triatoma rubrovaria, no Rio Grande do Sul, o Triatoma neglectus, em Goiás, e o Rhodnius nasutus, no Ceará. Assim, percebe-se que espécies silvestres começam a ser capazes de se domiciliar, merecendo posicionamento de alerta.

Barata afirma que com a eliminação do T. infestans, alguns programas foram desativados. Dessa maneira, podem surgir novos focos, como o encontrado em Campinas (SP) pela Sucen no início desta década. Atualmente, o problema da doença de Chagas basicamente tem sido a ingestão de alimentos contaminados por Trypanosoma cruzi. É o caso atual da região amazônica, a qual era considerada área a salvo da doença, além de outros casos surgidos no Brasil, como o de ingestão de caldo de cana contaminado em Santa Catarina.

Diante disso, Barata conclui que é necessária a persistência do controle desses vetores, particularmente a manutenção da vigilância entomológica dos vetores silvestres em todas as regiões brasileiras.

Casa sustentável brasileira disputa prêmio na Europa

O uso da energia solar e, também, a flexibilidade da construção contribuem para tornar sustentável o projeto de seis universidades brasileiras, batizado como Casa Solar Flex. Além de estar equipada para converter a luz do sol em energia e calor, a casa é projetada em módulos que permitem diferentes montagens a partir de uma mesma estrutura, adaptando a construção às condições ambientais locais.

Uma casa em que o sol é a única fonte de energia para todas as atividades cotidianas dos moradores é o resultado de uma parceria entre seis universidades brasileiras. A casa, cuja construção deve começar ainda neste mês, em São Paulo, está entre os 19 projetos selecionados para a Solar Decathlon Europe, competição internacional entre universidades que acontecerá em junho de 2010, na Espanha.

O uso da energia solar e, também, a flexibilidade da construção contribuem para tornar sustentável o projeto das universidades brasileiras, batizado como Casa Solar Flex. Além de estar equipada para converter a luz do sol em energia e calor, a casa é projetada em módulos que permitem diferentes montagens a partir de uma mesma estrutura, adaptando a construção às condições ambientais locais.

 

A equipe brasileira responsável pelo projeto, chamada Consórcio Brasil, é formada por estudantes e professores de seis universidades do país (USP, UFSC, UFRGS, Unicamp, UFRJ e UFMG). Adnei Melges de Andrade, pesquisador do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador da equipe, conta que a ideia de unir as seis instituições de ensino surgiu quando o vice-reitor de relações internacionais da Universidad Politécnica de Madrid (UPM), José Manuel Páez Borrallo, apresentou aos brasileiros a competição Solar Decathlon Europe. “A intenção do professor Páez era a de que uma universidade brasileira se candidatasse. Considerando a complexidade do projeto e o custo financeiro elevado, decidimos de pronto trabalhar em consórcio”, justifica Andrade.

É a primeira vez que uma equipe da América do Sul participa de um Solar Decathlon, competição organizada pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos desde 2002. No ano que vem, o evento ocorrerá na Europa também pela primeira vez, fruto de um acordo entre os governos da Espanha e dos Estados Unidos. Na competição entre universidades de todo o mundo, ganha o prêmio a equipe que apresentar a melhor casa auto-suficiente energeticamente, utilizando como única fonte a energia solar.

No projeto da equipe brasileira, a energia irradiada do sol é aproveitada de duas formas, como explica o arquiteto Miguel Pacheco, aluno de doutorado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e integrante do Consórcio Brasil. Por um lado, painéis solares – chamados painéis fotovoltaicos – transformam essa energia na eletricidade usada na casa. Por outro, coletores solares convertem a energia captada do sol em calor, que é usado para aquecimento da água doméstica utilizada, por exemplo, para banhos e na cozinha.

Além dos painéis em toda a superfície de cobertura da casa, foram projetadas placas solares móveis na fachada, como informa Yuri Kokubun, aluno de arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e integrante da equipe. De acordo com o estudante, a estratégia foi adotada para otimizar o ganho de energia solar, considerando que a trajetória do sol é mais curta durante o inverno. As placas podem movimentar-se em função da diferença de insolação ao longo do ano ou do dia. Kokubun explica que, no caso de Madri, onde será a competição, elas podem ficar na fachada leste pela manhã e na sul à tarde, acompanhando o sol. Fora da competição (onde haverá uma rede interligada de energia), a auto-suficiência da Casa Solar Flex será garantida por baterias que acumulam toda a energia excedente gerada ao longo do dia. Nos períodos em que a geração for menor que o consumo, a casa utilizará essa energia acumulada. Se a energia solar é renovável e os sistemas precisam de pouca manutenção, por que as residências auto-suficientes não são adotadas em larga escala? Para Andrade, da USP, a perspectiva é que essas casas, com painéis fotovoltaicos, sejam de conhecimento da sociedade, já que o crescimento da população mundial levará a um maior consumo de energia, causando problemas de abastecimento. “Na medida em que os custos de sistemas fotovoltaicos baixem (e têm baixado), e na medida em que eletrodomésticos mais eficientes sejam utilizados e que haja consciência sobre o uso racional da energia elétrica, as casas auto-suficientes poderão ser viáveis em grande escala”, avalia o pesquisador. “Numa sociedade que se preocupa com o ambiente, já começam a surgir incentivos e leis para estimular o uso da energia solar”, completa.

O aproveitamento da energia que o sol irradia para a Terra tem amplo potencial de uso, na opinião de Pacheco, da UFSC. Ele lembra que o Brasil, por ser um pais tropical e equatorial, tem boas condições geográficas para esse aproveitamento. O arquiteto ressalta que o preço da geração fotovoltaica de energia elétrica diminuiu nos últimos anos, ao mesmo tempo em que cresceu a eficiência desses sistemas. “Para que a adoção em larga escala se torne viável, é necessário seguir o que está sendo feito no Japão, Estados Unidos e União Europeia: política de incentivo à instalação de sistemas fotovoltaicos e permissão para as residências venderem energia em excesso para a rede elétrica”, defende Pacheco, cuja pesquisa de doutorado tem como tema os chamados Edifícios de Energia Zero que, além de gerarem energia, repõem para a rede elétrica toda a eletricidade que importaram dela no período de um ano.

O projeto da equipe brasileira levou em conta também a chamada arquitetura bioclimática que, segundo Pacheco, usa o clima a seu favor para reduzir ao máximo a necessidade de sistemas artificiais de aquecimento e resfriamento. “Isso garante maior conforto ambiental, redução do consumo de energia e poluição e tem vantagens econômicas”, defende o arquiteto.

A casa possui uma estrutura comum – que contém instalações como geradores de energia, ar condicionado, eletrodomésticos e banheiro – à qual são acoplados módulos que permitem montagens diferenciadas. É possível construir modelos diversos de residência que, por exemplo, favoreçam a maior ou menor exposição solar e a escolha de paredes, coberturas e pisos para climas mais frios ou mais quentes, para que a casa se adapte às necessidades ambientais locais. Para exemplificar a flexibilidade do projeto, Pacheco contrapõe Curitiba e Amazônia. No primeiro caso, áreas grandes de janelas onde o sol incide no inverno frio esquentariam a casa, tornando-a confortável. E o projeto garantiria que, durante o verão, as janelas ficassem sombreadas, evitando aquecimento em excesso pela incidência direta do sol. Já na Amazônia, com calor e umidade o ano todo, as janelas seriam sempre sombreadas.

A decisão de projetar a casa em peças modulares levou em conta, também, a competição na Europa, como explica Kokubun, da UFRGS. A Casa Solar Flex será contruída na USP e depois levada para Madri. “Pensamos em uma casa que fosse transportável e de fácil montagem”, justifica o estudante. Ele conta que a situação influenciou, também, a definição do principal público alvo do projeto: o turista.

José Kós, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um dos coordenadores do projeto, explica que a decisão sobre o público-alvo visa atingir um número grande de famílias, que passariam alguns dias nessa casa e poderiam buscar várias das tecnologias do projeto quando fossem construir suas próximas residências, com o objetivo de gerar menor impacto no meio ambiente. Para Kós, o mais importante é que o sistema informe aos usuários o que acontece na casa: a energia que ela produz e a quantidade consumida por cada equipamento, condições climáticas externas, condições de conforto na casa, temperatura da água armazenada e previsões climáticas, por exemplo. “Com isso, os usuários poderão tomar decisões sustentáveis e avaliar o impacto das mudanças de seus hábitos”, argumenta. Kós esclarece que o objetivo do projeto da Casa Solar Flex não é que ele seja viável em grande escala em curto prazo, mas que algumas soluções já poderiam ser adotadas em muitas residências brasileiras.

Kokubun, da UFRGS, conta que a premissa da sustentabilidade esteve presente em cada pensamento do projeto da equipe brasileira. “Isso pode ser visto em cada detalhe que projetamos para a Casa Solar Flex. Vai desde a escolha dos materiais mais adequados, como a madeira de reflorestamento, até os equipamentos utilizados, com menor consumo energético”, descreve o estudante.

A construção de moradias no país ainda é muito pouco sustentável, na opinião de Kós, da UFRJ. “Não é só o mercado da construção que precisa ser alterado. É imprescindível que os hábitos dos moradores sejam modificados e que, além disso, eles pressionem o mercado, buscando casas mais sustentáveis”, defende. Ele acredita no potencial do desenvolvimento de soluções sustentáveis para residências brasileiras. “Se considerarmos a grande quantidade de moradias construídas anualmente no país, e ainda assim, o elevado déficit habitacional brasileiro, além da energia despendida, os materiais utilizados, os dejetos produzidos e o impacto social de todas as pessoas envolvidas no processo de construção e uso de uma residência, podemos concluir que esta é uma das áreas com maior impacto positivo na direção de uma sociedade mais sustentável”, completa.