CRQ cria selo de qualidade para escolas técnicas de química

Lançado oficialmente no dia 11 de agosto, o projeto Selo de Qualidade entra agora em fase de aperfeiçoamento, segundo o Conselho Regional de Química IV (CRQ IV), que abrange os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

O Conselho Regional de Química IV lançou oficialmente no início de agosto uma certificação de qualidade para instituições de ensino técnico em química. Segundo Paulo César de Oliveira, diretor da Escola Técnica Estadual Conselheiro Antônio Prado (Etecap) de Campinas e um dos idealizadores do projeto, o objetivo é disseminar a cultura da qualidade nas escolas técnicas de Química e adequar o projeto pedagógico do curso avaliado aos objetivos e compromissos da instituição de ensino técnico (IET).

O projeto teve início em 2004, quando o CRQ IV promoveu o I Fórum Regional de Ensino Técnico da Área Química, organizado com o objetivo de ouvir as impressões das indústrias e das escolas a respeito do perfil desejado para o profissional químico de nível técnico. No evento, os representantes das empresas haviam enfatizado a necessidade de desenvolver as competências pessoais nos alunos, além da parte técnica propriamente dita.

Durante dois anos, foi feito um extenso trabalho para desenvolver um instrumento de avaliação. Como resultado foi criado um manual, já disponível no site do CRQ IV, contendo os principais tópicos orientadores do processo, a definição dos critérios para cada indicador de qualidade e a forma de avaliação calculada através de pontos. O manual ainda está em de testes e aperfeiçoamento.

O processo de certificação é composto por duas partes principais: a auto-avaliação e a avaliação externa. Na primeira parte, a IET acessa o material disponível no portal do CRQ IV e checa seus indicadores. Considerando-se apta, a instituição passa para a fase da avaliação externa. Ela então requer ao CRQ a análise dos seus dados e o envio de uma Comissão de Certificação para validar suas informações.

O Selo de Qualidade é aplicado somente nos dois Estados abrangidos pelo CRQ IV, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Nada impede, contudo, que os conselhos das outras regiões adotem a certificação. “Na verdade isso seria muito bom”, diz Oliveira. Indagado sobre a aplicação de processo semelhante em outros setores profissionais, o diretor ressaltou que, embora não tenha conhecimento de trabalhos similares, ele espera que num futuro próximo outros conselhos também desenvolvam seus procedimentos de avaliação. Segundo Oliveira, assim que forem obtidos os resultados completos sobre o processo, o CRQ IV enviará um relatório ao Conselho Federal de Química. O documento será encaminhado a título de sugestão para uma possível adoção por outras regionais.