Diversas empresas estão investindo nesse início de milênio em advergames (jogos publicitários) para promover suas marcas e produtos. Para a Copa de 2002, a Devworks já havia desenvolvido o game “Pebolim” que esteve em destaque no site da Kaiser. O jogo em 3D imitava uma mesa de pebolim e permitia que o internauta representasse o Brasil em jogos contra as outras equipes que participaram do mundial. Segundo Marcelo Carvalho, presidente da Devworks, com o anúncio interativo, os acessos ao site triplicaram e o tempo de permanência do usuário se multiplicou por dez.
Os planos de mídia integrados, que envolvem a utilização de diversos meios para divulgar um produto, também incluem os advergames, uma ferramenta que tem sido utilizada intensamente. A Nívea disponibilizou este ano em seu site o game “Futebol Mania”, que continua acessível mesmo depois de finalizada a promoção que premiava com um carro aquele que ganhasse a competição de futebol online. Assim, outra vantagem desta mídia é que ela pode ser acessada inúmeras vezes pelo público institucional, mesmo sem promoções.
Na onda das campanhas integradas, a Rede Bandeirantes de Televisão também aproveitou a época de Copa para disponibilizar um game não apenas na web – berço do advergame -, mas também na TV. A nova atração será veiculada a partir de agosto, através do quadro Brincadeira dos Monstros, no programa Pra Valer, exibido de segunda a sexta, das 15h às 17h15, apresentado por Claudete Troiano. Os telespectadores podem ligar para o programa e participar do game de futebol Monstro Gol, cujo objetivo é fazer gols de pênalti. Quem acertar três dos cinco chutes leva o maior prêmio em dinheiro da promoção, que começa com a quantia de R$ 1.000 e pode acumular. Aqueles que fizerem apenas um ou dois gols podem ganhar R$ 100 por gol. O jogador deverá escolher dentre os personagens monstros aqueles que serão o atacante e o goleiro.
Segundo Luis Renato Olivalves, gerente de interatividade da Band, o novo formato do quadro promoverá mais intercâmbio entre o programa e o público da emissora. Em breve, o jogo também será disponibilizado através do site do Pra Valer, e assim, o público da Band também poderá se divertir com o game na web e treinar para concorrer ao vivo. Olivalves afirma que na web, o objetivo do jogo é ser um passatempo, além de incentivar os internautas à participação ao vivo.
Este advergame foi desenvolvido pela Délirus Entertainment, empresa focada em mídias interativas, unindo jogos eletrônicos a anúncios comerciais. “O objetivo é agregar valor ao programa televisivo e ao site, despertando ainda mais a atenção do público da Band e gerando aumento de visitas na página do programa”, afirma André Penha, diretor executivo da Délirus. O game ainda aumentará a abrangência de campanhas publicitárias veiculadas através dos anúncios dinâmicos nas placas atrás do gol. Olivalves ressalta que o objetivo do game é gerar fidelização, fazer o telespectador participar e gerar audiência. “É um formato diferenciado, atraente, por ser virtual e tem tudo a ver com o programa da Claudete, que dedica a maior parte do seu tempo ao entretenimento”, completa.
Segundo Márcio Dantas, coordenador do desenvolvimento do jogo, para produzir o advergame para a TV foi preciso adequar os gráficos para o formato desta. “A interface é bem diferente da web, jogar com mouse e teclado é bem diferente do que jogar falando pelo telefone. Os jogos devem ser fáceis de entender e rápidos, pois o tempo na TV é curto”, explica.
Além de promover o produto ou marca, empresas que investem nesta divulgação diferenciada podem aumentar a audiência, tanto no caso da TV como no site. Os jogos simples atraem os públicos mais variados e têm um apelo especial para os jogadores casuais. “A fixação da marca na cabeça do cliente em momentos de diversão é a principal vantagem do advergame, que prende a atenção do espectador mais do que as mídias não interativas”, diz Penha. Assim, a mistura de anúncio publicitário e jogo pode ser um negócio rentável tanto para desenvolvedores quanto para anunciantes.
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